"BIOGRAFIA"

"Sara Costa"

 

Maria Felismina Pimenta da Silva - Sara Costa é o seu nome literário - nasceu a 3 de Fevereiro de 1945, na vila de Cano, Alto Alentejo, reside em Corroios, no concelho do Seixal.
A poesia nasceu com «Sara» como um sopro suave, ainda não tinha muitas palavras. O seu fascínio pela poesia aconteceu desde sempre, recorda a infância, em que, ainda mal sabia escrever e já pensava que lhe faziam falta mais palavras, para que pudesse descrever tudo o que a rodeava. O seu Alentejo deixou-lhe nas veias este gosto solitário de olhar e pensar, olhava a sua imensa planície em que a poesia brota ao bater do coração, a noite ali tem mais estrelas a iluminar o céu, queria soltar as palavras, sentia como um formigueiro na ponta dos dedos o que ainda hoje sente; porque o seu desejo de escrever lhe deixava enternecida. Isto era a sua poesia, solta, alinhada ou desalinhada, com rimas ou sem elas, mas sentia que era diferente. Quando está mais triste, alegre ou resmungona ela continua a querer construir uma escada para o céu, tocar as estrelas, porque ao olhar o céu, os seus olhos atingem a rapidez de todas as estrelas e a profundidade de onde recolhe todas as sílabas, tão intensamente como o esplendor de um diamante. Espera a noite como um ritual que se acende ao fim do dia, espera na margem esquerda do futuro, onde a noite se curva no coração das coisas, fazer ramos de palavras e transformar numa ilha de flores tudo o que a rodeia. O seu percurso de ontem e sempre será poesia.
Sara Costa; fez mais de uma centena de letras e músicas de marchas, ganhou a grande marcha de Almada, o prémio para a melhor das letras nas marchas de Lisboa. Uma gala dos pequenos cantores e mais coisas… Participou em tertúlias de fado e poesia, em casas típicas de Lisboa e na margem sul. Na Petisqueira 2 em Amora que sempre apoiou a poesia e com o carinho da apresentadora e fadista Mariana Vitoria. É membro do “Mensageiro da Poesia” e “Confrades da Poesia”. 
Participa em Antologias
 
sara-da-costa@hotmail.com
 
ALENTEJO
 
 
 
Eu gosto do pôr-do-sol
Sentir a doce poesia
Que no meu querido Alentejo
É o pôr de cada dia
E o trigo, verde loirinho
Que se desfaz em espigas
E com a cevada bem misturada
Mais umas cantigas
Farinha amassada
De suor tão regada
Com dedicação,
Assim se produz
Na minha terra o nosso pão
Minha terra pequenina
Que és meu berço
Quanto me lembro de ti
Um dia eu voltarei
E meu corpo te darei
Á terra que guarda tudo
Mas chegado o fi m do mundo
Em ti eu reviverei.
 
 
 
Sara Costa

 

RECORDAÇÕES
 
 
Recordações numa gaveta, cheia de pó
Ilusões velhinhas que há tanto guardei
E hoje ao vê-las pensei
Que agora sou digna de dó
 
Naquela gaveta fechada
Uma vida de ilusão
Pedaços de coração
Tantas coisas já passadas
 
Uma flor, murcha, mas tão guardada
Naquele livro, que me ofereceste
Como o primeiro beijo que me deste
E eu tenho naquela folha marcada
 
E um lenço, dobrado, velhinho
Com uma madeixa do teu cabelo
Que hoje ao revê-lo
Volto a sentir o teu carinho
 
E aquele retrato que tu me ofereceste
Já tão sumido pelo passado
Mas que eu tenho tão guardado
Porque em mim tu não morreste
 
E as tuas cartas, lidas e relidas
Palavras da tua boca
Que eu agora como louca
Mancho de lágrimas caídas
 
Vivo da recordação
Tanta relíquia guardada
E está na gaveta fechada
O meu próprio coração
 
 
Sara da Costa
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.osconfradesdapoesia.com