"BIOGRAFIA"

"Rosélia Martins"

Contém Entrevista!

«Poesia é o vibrar do ser no seu limite»

 

Rosélia Maria Guerreiro Martins, nasceu em Loulé a 15 de Novembro de 1943.
Foi na Escola Primária que adquiriu o gosto pelas letras e começou a "ensaiar" as primeiras estrofes.
A seguir, no Colégio, descobriu os grandes Poetas clássicos, donde recolheu influências e "apurou" a sua égide. Após ter terminado o ensino secundário num liceu de Faro mudou-se para Lisboa onde concluiu o ensino superior. Desde então tem participado em Tertúlias, Antologias e em vários Sites na Net e, embora ainda não tenha livros publicados, é possuidora duma vasta colectânea literária.
É membro de algumas Instituições poéticas, entre as quais a “APP” ; “ONE” ; “Confrades da Poesia”.
 
Email: roselia.martins@gmail.com
Bibliografia:
Participa em várias Antologias.

VIVA O ANO NOVO
         2010
 

 


Viva o Ano que em breve irá começar
nós o esperamos com alegria
olvidadas que sejam as brumas
que ao longo do velho nos envolvia
foram muitas as incertezas
que ficaram a pairar no ar acre
para este ano queremos firmezas
que não originem qualquer massacre
 
Viva o Ano que em breve irá surgir
assim ditam as folhas do calendário
sejam meses  e   horas benditas
enoveladas em pérolas de rosário
acabe a fome e a guerra um dia
que seja breve estamos exaustos
desta confusão que nos rodeia
queremos  saúde e menos gastos
para ter uma humana condição
 
Viva o  Ano que em breve irá começar
fica no ar a minha breve sugestão
haja ar puro que se possa respirar
haja mais amor menos traição
haja festejos divinos a brotar
das mentes que nos comandam
haja frutos dourados nas janelas
do meu do teu do nosso coração.
 
FELIZ   ANO  NOVO

 

Rosélia Martins – P.Stº Adrião

Para o dia do Teu aniversário
          26 de    Março
 
 
 
 
minha filha que eu tanto amei
filha minha que eu tanto amava
até do teu filho com amor cuidei
com carinho  com ele eu brincava
 
já passaram tantos dias e anos
desde que te amei a primeira vez
felizes os dias ora desenganos
ao longo da via que a vida fez
 
percorreste então ínvios caminhos
com ternura junto a ti ,te amparei
mas fugiste aos maternos caminhos
e dessa filha querida já nada sei
 
um sumiu outro fugiu e tu também
já nenhum recorda aquele desvelo
do coração de esposa e terna mãe
com muito esforço, mas tão belo
 
nesta hora ,neste dia , , recordo
em lágrimas minha face inundada
aquele dia em que, feliz, á luz te dei
hoje nada existe, não sou lembrada
 
as voltas que deste nesta louca vida
te deixou assim, tao transtornada
no meu serás sempre a filha querida
ainda que viva triste e desolada
 
aprende amar que sempre te amparou
aprende a viver em plenitude que seja sã
não te desvies da rota , a outra passou
olha que a vida é só uma, hoje, amanhã...?
 
aquele abraço que se perdeu
ao longo de longos meses sem fim
tenhas um feliz dia muito teu
neste dia 26 de março, feliz assim
 
a tua mãe , do filho também
do pai de quem nunca se esqueceu
de todos que eram meu bem
a quem a saudade não feneceu.
 
 
 
Rosélia Martins – P.Stº Adrião

 

 

 
Entrevista à Confrade Rosélia Martins – Setembro 2009
 
CONFRADES DA POESIA - COMO TE CHAMAS?
RM - Rosélia Maria Guerreiro Martins
 
CP -HÁ QUANTO TEMPO COMPÕES POESIA?
RM - Desde menina e moça. Ainda na Escola Primária.
 
CP -CONSIDERAS-TE POETISA?
RM - Bem, eu comecei a escrever meus poemas e textos em prosa, como
devaneio das horas mortas. Ficava no quarto, no inverno, e, para matar o tempo lia livros e rabiscava cadernos, onde apontava tudo que me passava pela mente. A mamã gostava de ler e a professora, na Escola, também apreciava. Eu aprendia com facilidade as estrofes que vinham nos livros. Quando havia festas na Escola, a professora me convidava para declamar.
Além disso, tinha uma prima irmã, que andava no Magistério Primário, foi professora durante muitos anos, sabia muitas coisas: contos, poesia... e eu gostava de estar com ela para ouvir. Depois declamávamos as duas.
Adorava esses momentos. Quando ia para casa... compunha uns breves poemas. Só para mim.
Há uns três anos, assaltaram a casa de família, que meus pais deixaram, no Algarve e... os larápios deram volta a tudo...estragando todos os meus labores! Estavam lá toda a minha infância.
Escrevo sobretudo, porque a inspiração arrebate o meu ego.
… Os entendidos dizem que sou uma boa poetisa. - Então serei!...
 
CP -QUE REPRESENTA PARA TI A POESIA?
RM - A poesia, para mim, é um estado de alma, "em que o meu ser se alheia
do real" e transmite ao papel as vivências sentidas. Em suma, "fonte de
refúgio... do meu eu!
 
CP -CONCORDAS COM A AFIRMAÇÃO: "O POETA É UM FINGIDOR?"
RM - Na verdade acho que o poeta está sempre a fingir. Quantas vezes a alma
chora e ele escreve poemas de encorajamento à vida. Outras há em que
divaga sobre a tristeza, o desencanto, a nostalgia... e a alma se avigora, exulta e é feliz.
 
CP -MUITOS DIZEM QUE OS POETAS SÃO LOUCOS E QUE ANSEIAM MUDAR O MUNDO...  
RM - Se desejar mudar o mundo é ser louco, então bendita loucura, e deixem que os chamem de loucos...
 
CP - HÁ MOMENTOS PRÓPRIOS PARA ESCREVER OU ESCREVES A QUALQUER ALTURA?
RM - Escrever não tem hora nem lugar marcados. Surge espontaneamente, em qualquer sitio.
 
CP - A POESIA REVELA EM TI UMA CULTURA OU UM DOM ARTÍSTICO? 
RM - Diria que é uma miscelânea recíproca. Eu lia muito na juventude e
ainda hoje quando sou tocada pela musa, expresso-me em verso. Tive 
parcialmente que evitar esta linguagem (que eu adoro), mas o mundo adulto
e do trabalho não encara isso com bons olhos...
 
CP - DE QUE POETAS RECEBESTE INFLUÊNCIAS?
Começaram a andar comigo, de mãos dadas, Camões, Bocage, Florbela Espanca,
João de Deus, Gonçalo Crespo... essa série de clássicos que entravam connosco no ensino Secundário.
 
CP - QUAIS SÃO OS TEUS POETAS FAVORITOS?
RM - Agora disperso-me na leitura dos amigos e pouco conhecidos. Mais atrás temos o Fernando Pessoa, o Dr. Joaquim M. Pinto Serra(meu conterrâneo) a Drª. M. Ofélia Bomba... Um conjunto de Poetas Algarvios, pouco conhecidos,
mas de uma leitura amena e aprazível. Nas Tertúlias onde tenho participado, há uma boa dose de lirismo. A começar nos CONFRADES DA POESIA, Poetas da Varanda Das Estrelícias, etç. -Há muito boa POESIA desconhecida, que vale a pena ler.
 
CP - A POESIA É UM BEM UNIVERSAL?
RM - Indubitavelmente a poesia é um DOM e um BEM Universal. Convém cultivá-la; para não se perder. - Faz parte da cultura de um País.
 
CP - TENS LIVROS PUBLICADOS?
RM - Tenho dois e-books. Em CDS e em muitas Antologias : desde o Mensageiro da Poesia, Breve Antologia Feminina do Algarve, Louvor a Cascais, XVIII Poiesis: da Editorial Minerva, Antologias Luso-brasileiras, etç...
 
CP - QUAL FOI O ÚLTIMO LIVRO QUE LESTE?
RM - "Lágrima no canto do olho": de J.M.Pinto Serra e Mº. Armanda Tavares Belo. - Tendo esta grande senhora, estado presente numa festa do Mensageiro da Poesia.
 
CP - SABEMOS QUE TENS PARTICIPADO EM TERTÚLIAS E EVENTOS POÉTICOS... ACHAS ISSO ÚTIL?
RM - Sim, muito útil entre os poetas e artistas plásticos, para assim se darem a conhecer mutuamente. Normalmente vão surgindo novos nomes e gente jovem... É uma maneira de divulgar a POESIA.
 
CP - ÉS A FAVOR OU CONTRA OS CONCURSOS POÉTICOS?
RM - Já participei em alguns concursos em que fui premiada. Depois, com o andar do tempo descobre-se como funciona e...
 
CP - ACHAS QUE A POESIA ESTÁ BEM DIVULGADA EM PORTUGAL?
RM - Tanto a Poesia como a prosa estão divulgadas, só para uns!...
 
CP - TENS ALGUM HOBBY ALÉM DA POESIA?
RM - Fazia artesanato, desde miúda. Agora dedico-me somente à escrita.
 
CP - ÉS CONTRA OU A FAVOR DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO?
RM - Não me agrada as mutilações, que estão querendo fazer ao PORTUGUÊS.
 
CP - VALORIZAS A AMIZADE?
RM - Vale mais uma verdadeira amizade; que um falso amor. Tenho amizades desde o tempo da Primária... mais de meio século...
 
CP - O QUE FAZIAS SE UM AMIGO TE TRAÍ-SE?
RM - Os verdadeiros amigos não traiem... - Os outros só se não puderem!
 
CP - O QUE MAIS APRECIAS NUMA PESSOA?
RM - Sinceridade; gentileza; educação e respeito.
 
CP - COMO DEFINES O AMOR?
RM - Amor!? - Passatempo para criar ilusões e destruir vidas e corações.
 
CP - ACREDITAS NA EXISTÊNCIA DE DEUS?
RM - Sim; como aquele poder extra natural que faz girar o mundo e a vida.
 
CP - O QUE LEVAVAS CONTIGO PARA UMA ILHA DESERTA?
RM - Livros, papel, canetas, rádio com DS, água e algo que petiscasse.
 
CP - O QUE REPRESENTA PARA TI OS "CONFRADES DA POESIA"?
RM - São um grupo de pessoas que se respeita e convivem sadiamente a bem
da cultura, da poesia e da amizade.
 
CP - CONSIDERAS ÚTIL ESTE TIPO DE COMUNICAÇÃO?
RM - Sim; muito útil. Quebra-nos a solidão nas horas mortas da saudade, fala-se, convive-se e... VIVE-SE.
 
CP - ACHAS QUE O BOLETIM ESTÁ BEM CONCEITUADO?
RM - Este Boletim está muito bem formatado, com classe e profissionalismo.
É pena não ser de papel para guardar...
 
CP - QUE IMPRESSÕES GUARDASTE SOBRE O CONVÍVIO E A CELEBRAÇÃO DO
ANIVERSÁRIO DO NOSSO BOLETIM?
 RM - Foi uma ideia genial, para reencontrar amigos e fazer mais.
O Pinhal Dias tem a "Lâmpada de Aladino" na cabeça, coadjuvado pelos  restantes elementos directivos, com a inclusão dos Confrades.      
Em suma, é uma Confraria de mérito e prestígio.
 
CP - PODEMOS CONTAR COM A TUA CONTRIBUIÇÃO NAS RUBRICAS RESTANTES?
RM - Sim; dentro do possível e das minhas capacidades, para bem da cultura.
 
CP - PARA FINALIZAR QUERES ACRESCENTAR MAIS ALGUMA COISA?
RM - O meu efusivo agradecimento pela maneira amistosa e carinhosa, como a Direcção e os Confrades me receberam.
Um beijinho muito grande para a Sãozinha e a Zalda.
Continuem a divulgar a poesia e todos os Confrades que aderiram a este núcleo; a fim de consagrar, uma vez mais, esta arte sublime que reverencia a alma de cada um.
Devo ainda aludir à criatividade, mestria informática e ao rico potencial poético do Pinhal; pois além de conseguir dar vida às coisas, a ele se deve a feitura deste prestigioso Boletim.

Saúdo todos os Confrades e desejo as maiores venturas ao Boletim.


A vossa ROSÉLIA MARTINS.
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.osconfradesdapoesia.com