"BIOGRAFIA"

"Hermilo Grave"

Faleceu a 17/02/2024

 

Hermilo Rogério Caldeira Grave, usa o nome literário “Hermilo Grave”, nascido em Lisboa, a 19 de Fevereiro de 1933, de pais alentejanos abastados, que perderam devido à má gestão do património, revelou-se como poeta a sério aos 16 anos de idade. Em 1957 deixou o emprego de profissional de seguros e partiu para o Brasil, onde casou e constituiu família. Aí exerceu as mais variadas profissões, sendo a última delegado de propaganda médica. Em 1971, retornou a Portugal, onde ficou pouco tempo e até ao dia em que se confrontou com a polícia do regime caetanista, que lhe deixou marcas no corpo e na alma. Imediatamente, despediu-se do emprego de caixeiro-viajante e partiu para França com a família, tendo trabalhado aí, quase sempre, como operário metalúrgico e até ser reformado. Em Julho de 2010 regressa definitivamente a Portugal.
Está ligado ao “Mensageiro da Poesia” e “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 
BIBLIOGRAFIA: “Quase Poesia”
 
Montanha Chorona
 
 
 
Com voz timbrada e aspecto feliz,
Diz á sua filhinha a jovem mamã:
- “Ouve, Mailys,
Se fizer sol, amanhã,
Vamos fazer um piquenique,
Num lugar chique,
No meio de uma mata
Muito bonita.
Logo pela manhã,
Temos de ir embora.
Tu sabes? È onde há uma cascata…”
Responde a pequenita:
- “Eu sei, mamã.
É onde a montanha chora!”*
 
 
 
Hermilo Grave
 
 
 
 
 
 
 
Sol Maravilhoso
 
O riso da minha neta
É um sol pequeno,
Mas, quando, porém, sua luz
irradia,
Minha alma fica repleta
D’ um frémito ameno,
D’ uma sensação de encanto,
Quase de euforia!
Desse sol pequenino,
Que eu adoro tanto,
Tão puro e cristalino,
Divino, angelical,
P’ra mim, o maior pendor
E fazer-me esquecer
Tanto mal,
Tantos sofrimentos,
E levar-me a crer,
Por breves momentos
Que o mundo é melhor!
 
 
 
 
 
 
Hermilo Grave
Politicões: Praga Infernal
 
 
 
Apesar de velho
E gasto o processo,
Inda há quem venda
Gato por Coelho,
Com grande sucesso;
Quem somente aprenda
As coisas do avesso
E fique encantado,
Ao ser enganado!
 
Mas também abunda
Quem caia à primeira
E não à segunda
E não à terceira;
Quem tenha perdido
Suas ilusões
E bem aprendido,
Em poucas lições,
A não confiar
No lindo falar
Desses aldrabões!
 
 
 
Hermilo Grave
 
 
 
 
 
 
Poesia é Magia
 
Quando na mente do poeta
A poesia acontece,
Logo, como uma seta,
Na sua mão, aparece
Lindo buquê de flores,
Das mais variadas cores,
E do qual, brandamente, transparece
Música e harmonia!
 
Por isso, eu digo aqui, a poesia
É, sobretudo, um ato de magia,
E o bom poeta, seja ele qual for,
É, sem favor,
Um exímio, um grande prestidigitador!
 
 
 
 
 
 
 
 
Hermilo Grave
 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

www.confradesdapoesia.pt