"BIOGRAFIA"

 

"Gilberto Oliveira"

 
GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA - Nasceu em 26 de agosto de 1953 em Nazaré-Baía-Brasil. Foi morar em Belo Horizonte em outubro 1976. Mudou-se para Salvador em 1978 e retornou à sua terra natal em 1980. Escritor e poeta. Editou livros, participou em várias coletâneas.
Parou de escrever em 2002 por motivo de saúde e retornou ao mundo da cultura em 2010 com algumas poesias e um livro. Todas as suas obras foram organizadas e registradas na Fundação Biblioteca Nacional-RJ-Brasil pelo Historiador André Leite. Escreve para várias revistas digitais como: WEBARTIGOS (Brasil), RAIZONLINE/RADIO/JORNAL (Portugal) PALANQUE MARGINAL (Brasil) REVISTA PARTES (Brasil) VARAL DO BRASIL (Suíça) LAMPIÃO ATÔMICO (Brasil) MAR DE POESIAS (Brasil) W2H.com.br (Brasil). Portal Cen - Portugal; Revista Fénix; Organização Mundial de Poetas; AVSPE; Movimento de Poetas Del Mundo; Beco dos Poetas Varal do Brasil; Chile; Colômbia; México; e outros… Atualmente é membro de “Confrades da Poesia” – Amora / Portugal
 

BIBLIOGRAFIA:

“A Vingança dos Irracionais”; “Ferro Teatro”; “Revolta”; “Além da miséria”; “O santo demónio”; “Esses heróis camponeses”; “Os dois polos antagónicos”; “O sistema”; “Neoliberalismo no céu”; “Império”; “Orgias capitais”; “Ferro”; “O homem partido”; “Zé”; “Teatro improdutivo”; “Lá fora”; “Ferro e a vingança do diabo” – Poesia em dois livros: “Em Minha Terra”…
 
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O CAMPONÊS
 
 
Todos os dias
É sempre a mesma coisa.
Depois de uma noite de insônia,
Mal dormida e desconfortável,
Sem o direito ou liberdade
De acordar depois das quatro,
Levanta-se o camponês
E vai morto de fome,
Pelas matas a fora
Ganhar dinheiro para o patrão,
Enriquecê-lo mais e mais
Até não poder mais.
 
Ao escurecer ele volta
Triste e quebrado
Do trabalho intenso,
Do trabalho escravo.
Toma um rápido banho frio,
Vai prestar contas ao patrão,
Vai ganhar seu salário de fome
E volta para casa,
Triste e cabisbaixo,
Nada tendo a dizer
E não podendo nada dizer.
 
Acostumou-se a ficar calado
E esconder sua miséria,
Com vergonha de ser homem,
E vai dormir com fome,
Sem que os outros saibam
Que ele é triste e miserável.
Vai agora a caminho de casa
Vai curtir sua fome.
 
Vai sofrer ao deitar-se
Em sua cama de varas.
O seu corpo de ferro
Está acostumado com aquilo.
 
Quando a sirene do patrão
Anuncia as cinco horas,
O camponês se levanta.
Nessa maldita manhã
Ele acorda doente,
Não pode ir trabalhar.
O patrão não perdoa.
O camponês piora,
O camponês falece,
Deixando mulher e filhos
Que são expulsos da fazenda.
O patrão não toma conhecimento,
O juiz não toma conhecimento,
O governo não toma conhecimento.
Para o país
Morreu um rato...
E a vida continua.
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
 
 
 
ANDANDO PERDIDO                            
 
 
Vive homem do mundo,
A sua vida ingrata.
Vive mulher da vida,
Como se fosse sucata.
 
Vai levando a vida
Do jeito que sempre levou,
Pra não morrer de tristeza,
Para servir ao senhor.
 
Vive criança perdida
Do jeito que bem puder.
Vive pelo mundo afora
Pra ser chamado, qualquer.
 
Vai no caminho de pedras
Sempre machucando o pé.
Segue a estrada cruel,
Segue um chamado qualquer.
 
Segue que Deus te chamou,
Também o Diabo te quer.
Qual dos dois que te ama
Qual é? Qual é? Qual é?
Qualquer! Qualquer! Qualquer!
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
 
 
 
Bonsai
 
Bonsai.
Aberração
Agronômica.
Imagem
Aterradora
De
Um
Ser
Forçadamente
Subdesenvolvido
Para
Viver
No nanismo.
 
 
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
A TERRA E O HOMEM                            
 
 
Um dia o homem sentiu
Uma vontade de ser.
Pegou uma enxada e partiu
Para bem longe viver.
 
Viver de terra e de sol
Suando o cansaço do dia.
Na mente a vontade maior
De não fazer romaria.
 
Um dia o homem viveu
Uma grande agonia.
O trabalho não rendeu
O seu pão de cada dia.
 
Vai, homem cansado
Sofrer na terra de Deus,
Que um dia o poeta escrevendo
Vingará o que você perdeu.
 
Pois da terra maldita
Nada lhe pertenceu,
Embora a tornaste bonita
O olho do banco cresceu.
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
 
 
 
MENINO DA CIDADE                              
 
 
O bom menino da cidade
Foi à festa,
Abraçou a Juliana
E começou a apertar.
Pensando estar
Lá na cidade, onde as moças
Lhe convidam pra dançar.
 
Compadre Pedro
Que era pai de Juliana,
Foi logo chegando perto
E gritando, não aceito!
Pois menino da cidade
Isso é casa de respeito.
 
Mas o menino era filho de doutor,
Foi pra roça tomar pinga,
Terminou fazendo briga
E na verdade apanhou.
 
Saiu correndo
Pela estrada de cascalho,
Fugindo apavorado,
Pois as moças lá do campo
Lhe chamaram de paspalho.
 
Compadre Júlio
Que era tio de Juliana,
Pegou logo no facão
E seguiu por entre as canas,
O tirado a bonitão.                                                     
Voltou dizendo                                                                                  
Que o filho do doutor,
Não passava de maricas.
Quando ele deu as caras
O menino se borrou.
 
Depois de tudo,
A sanfona começou
Sua alegre melodia,
E a festa só acabou
Quando começou o dia.
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
 
 
 
 
Brigadas do Amor
 
 
Os homens desenharam no horizonte,
Um projeto de vida
Com seus cérebros ligados em “Amor”.
O Estado desdenhou com um sorriso
E mandou a tropa de choque
Com seus cérebros em torpor.
Bravos homens do povo
Defendam seu pedaço do mundo
Que é o pouco que tens,
Com coragem e fervor.
Covarde estado corrupto
Queres o espaço para que?
Para doar às empreiteiras?
São homens simples do povo
Que despertaram a sua ganancia,
E a lutar contra o “Sistema”
Bruto, arrogante e perverso.
Povos das Brigadas Populares,
No fim de todo esse heroísmo
O “Sistema” perderá o controle
E vocês serão vencedores.
Depois, vocês contarão essas histórias felizes,
De coragem e determinação,
A seus filhos e netos
Que se orgulharão de vocês.
 
 
 
Gilberto Nogueira de Oliveira - Nazaré- Bahia- Brasil
 

 
 
 

"CONFRADES DA POESIA"

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